Hepatite C

Autores: Camila Andrade1, Dr. 2

1-Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina
2-

 

Definição

É uma doença infamatória do fígado, causada pelo Vírus da Hepatite C (HCV).


Transmissão

A contaminação ocorre pelo contato do sangue ou de secreção corporal de um indivíduo infectado (sintomático ou não) com pele ou mucosa não íntengra de um indivíduo sadio. Atualmente, as principais formas de transmissão são por agulhas infectadas compartilhadas, piercings e tatuagens em estabelecimentos que não esterilizam cuidadosamente todos os materiais. Contudo, em 20 a 30% dos casos de hepatite C, não se pode saber qual foi a via de contaminação.

A transmissão da mãe para o feto ocorre em cerca de 5% dos casos e ainda não foi relatado caso de transmissão pelo leite materno. A transmissão por via sexual não é frequente.

Até inícios da década de 90, a transfusão sanguínea foi a principal forma de transmissão, porém, hoje, com a incorporação de teste obrigatório para detecção de HCV (anti-HCV) em centros de doação, esse risco foi substancialmente reduzido.

O principal grupo de risco é composto por usuários de drogas injetáveis, pacientes em hemodiálise e trabalhadores da área de saúde.


Sinais e sintomas

Normalmente a fase aguda da doença é assintomática e, quando ocorrem sintomas, são leves como um resfriado comum, o que dificulta o diagnóstico na fase aguda, que seria importante, porque a hepatite C pode ser tratada desde a fase inicial, diminuindo o risco de cronificação.
Porém, em cerca de 15%, os infectados apresentam icterícia (pele e mucosas amareladas), febre, dores no corpo e abdominais, diarréia, mal estar e cansaço fácil.

Os sintomas da fase crônica são decorrentes da insuficiência hepática e incluem urina escura, cor de coca-cola, fezes esbranquiçadas e, em estágios mais avançados, alterações no ritmo do sono e perturbações mentais.

Evolução

Cerca de 80% dos infectados (em crianças, quase 100%), evoluirão para hepatite crônica, contudo, normalmente essa è uma doença silenciosa e as pessoas só descubrirão depois de fazer exames por outro motivo, muitas vezes, em bancos de sangue para doação.
Em outros casos, o portador da hepatite C só decubrirá sua doença em estágios mais avançados, como a cirrose.

Em torno de 40% dos portadores crônicos progridem rapidamente para cirrose e morte; 25% progridem lentamente com cirrose e morte ao fim de 10 anos; e outros 35% após 20 anos. O câncer do fígado surge em mais 5% após 30 anos de infecção. O restante torna-se portador a longo prazo.

A hepatite C é a principal causa de carcinoma hepatocelular, o câncer de fígado mais comum, que possui mau prognóstico. A infecção concomitante com HIV ou HBV piora o prognóstico e a progressão para a cirrose é muito mais rápida.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com exame de sangue, pela pesquisa de anticorpos anti- HCV que, quando presentes, pode indicar infecção passada ou atual, então a confirmação é feita pela detecção do vírus no sangue .

A carga viral (quantidade de vírus circulante no sangue) e a detecção do tipo de vírus (genotipagem) são importantes na avaliação da necessidade ou não de tratamento.

A biópsia hepática (retirada de um pequeno fragmento do fígado com uma agulha) é feita para avaliar o estágio da doença.

Tratamento

Mesmo que não se possa falar em cura definitiva, existe tratamento para hepatite C. A doença pode estabilizar, sem progressão, deixando a carga viral muito baixa e o paciente assintomático por muitos anos. A taxa de resposta pode variar muito de acordo com o genótipo do vírus, carga viral e o estágio da doença.

Os melhores prognósticos são em pacientes jovens, recém infectados, genótipo 2 ou 3, sem cirrose e com carga viral baixa.

É necessária uma avaliação individualizada para determinar se o paciente deve ser tratado ou não, assim como, por quanto tempo e com que esquema tratar. Os efeitos colaterais do tratamento são toleráveis e, raramente, limitam à continuidade do tratamento.

Prevenção

A prevenção pode ser feita pelo controle adequado dos bancos de doação de sangue, não compartilhamento de agulhas e seringas e os profissionais de saúde, ao manipular secreções ou sangue, utilizar as proteções necessárias, como luvas, máscaras e óculos.


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