Ascite

Autores: Carolina Alves Costa Silva1, Dr. Marcelo Costa Silva2, Dra. Andréa Cavalcante3

1-Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina
2,3-Médico(a) Gastro-hepatologista

 

O que é?

A ascite é o acúmulo de líquido na cavidade peritoneal (espaço entre os órgãos do abdome), também conhecida como “barrida d´água”. Cirrose, carcinomatose peritoneal, insuficiência cardíaca, tuberculose peritoneal e pancreatite são exemplos de doenças que podem cursar com o desenvolvimento de ascite. É considerada a manifestação mais comum nos pacientes que apresentam cirrose do fígado.


Como é diagnosticada?

O diagnóstico da ascite pode ser feito pelo médico durante o exame físico, no qual são executadas manobras que permitem a detecção de líquido na cavidade peritoneal. Assim, afasta-se outras causas de distensão abdominal, como presença de gases ou tecido adiposo. O realização de ultra-som de abdome é extremamente importante para avaliar a evolução da ascite e hipertensão portal. Além disso, ele permite identificar a presença de ascite, mesmo com acúmulo de pequena quantidade de líquido, que ainda não pode ser detectada pelo médico no exame físico.

A paracentese, que consiste na retirada de líquido da cavidade peritoneal, é um método diagnóstico de grande valor. Além de aliviar o desconforto do paciente pela retirada do líquido ascítico, permite a avaliação direta do líquido. O líquido é encaminhado para realização de exames laboratoriais que permitem afastar complicações (presença de bactérias) e identificar a causa da ascite.


Qual o tratamento?

O tratamento de escolha deve levar em conta o grau de ascite e o comprometimento do paciente. É importante que a doença de base causadora da ascite seja identificada, de modo que seja afastada ou tratada, impedindo a ocorrência de um novo episódio de ascite. Assim, deve ser oferecida terapia específica para a doença ou, em caso de doença alcoólica do fígado, deve ser suspenso o uso de álcool.

O manejo dos pacientes cirróticos com ascite visa a prevenção do surgimento de complicações. As principais medidas adotadas para um paciente que desenvolveu ascite é o repouso no leito, mudanças na dieta, como a restrição de sódio e líquidos, e uso de diuréticos (medicamentos que interferem na atividade dos rins, aumentando a excreção de sódio e água na urina). Quando essas medidas não são suficientes para controlar a ascite, são adotadas medidas mais invasivas, como a paracentese abdominal e o uso de shunts.

A ascite surge como uma descompensação da cirrose, sendo importante avaliar a possibilidade de transplante hepático. Assim, é necessária a avaliação do paciente, com realização de exames laboratoriais, para assegurar sua inclusão na lista de transplante.


Quais as complicações da ascite?

Entre as complicações da ascite, encontram-se a Peritonite Bacteriana Espontânea e a Síndrome Hepatorrenal.

 

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